O ponto sem ponta.
A torcida pela angústia ser fruto só da ansiedade desmedida.
A percepção da impossibilidade de ignorar o silêncio das atitudes alheias.
O ontem feito da atenção sempre presente.
O cuidado com cada detalhe.
O elogio e o brincar constante com cada peculiaridade da rotina.
O hoje onde se fazem pausas prologadas.
Pontos onde eram reticências.
Sorriso social onde antes era sincero compartilhar de alegria de almas.
A intimidade como uma fantasia que é despertada subitamente.
O que antes eram afinidades agora são possíveis contradições.
Gostos alinhados que se apagam diante da frustração de talvez não ser o que se foi idealizado.
Os planos ficam para depois.
Provavelmente não mais com a mesma pessoa.
E a lembrança do que poderia ser e não foi se confunde com a definição do que se realmente sente.
O subentendido parece doer menos que o esclarecimento em palavras.
Como uma frase que precisa de um ponto e ele vem suavemente à lápis.
O lápis sem ponta, desaponta.
A história sem o final esperado também.
Meras expectativas esvaídas e jogadas juntas ao vestido novo no cesto de roupas não lavadas.