Sou... quem sou?
Viver intensamente a música, exige ousadia e para que haja completude entre a letra, acordes, arranjos e notas, não menos a insatisfação de pensar o contexto sob insana rebeldia. Não obstante, a igualdade é sentença matemática que intercepta os iguais em algum ponto no mesmo conjunto unitário. Assim inicia o seu estilo artístico. Prossegue em primeira pessoa...
...Mas antes que a morte despedace os meus sonhos em retalhos rotos do passado, nesse efêmero ínterim, cantemos a canção, a qual metade de mim é plateia e a outra metade é letra. E ambas se fundem, juntam os elos, se manifestam no violão que às vezes e sempre dedilho; na música que deixei de compôr ontem ao mirar o miraculoso arrebol; na escrita mal escrita sobre os esplendorosos e profícuos dias que renascem em cada olhar da aurora; na peça de teatro que ensaio desde o despertar até o toque de recolher da sonolência que devora minha lucidez imaginativa; no quadro que pintei especialmente para a amada que idealizei e nunca possui; no poema recitado e ouvido apenas pelo crepúsculo vespertino; no banquinho que sento para inteirar-me com a plateia em mais um espetáculo que canta o encanto de corações silentes. Sou compositor, sou carioca, sou poeta, sou música, sou cancioneiro, sou teatro, sou crepúsculo, sou pintura, sou rebelde, sou arco-íris, sou arte, sou desertor.
Sou. Quem sou? Prazer em conhecê-lo!
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É conveniente dizer que todo libertado possui um segredo; uma pérola escondida, todo libertado possui; e converge para o centro de uma mandala. Aliás, o segredo perolado de um libertado caracteriza uma mandala; e dela emana-se amor e ódio.