LEMBRANÇAS DA VELHA JANELA


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Quantas histórias avistei
Dos meus velhos portais
Minhas lascas de madeira de lei
Hoje estão maltratadas pelos ais

Vi amores florescer 
Paixões cálidas despertarem
Tristezas com lágrimas a verter
E muito dias clarearem

Quantas alegrias presenciei calada
Meus gerânios testemunharam
Um abrir e fechar de pétala brotada
Segredos meus gastos vernizes guardaram

Beijos roubados eu pude assistir
Quantas vezes quis das dobradiças me soltar
E da torta da vovó Maria um pedaço  provar

Hoje o ferrugem corrói meus meandros
Só o tempo poderá destruir minha memória
Sou janela de praça que guarda história
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 02/04/2017
Reeditado em 06/04/2017
Código do texto: T5959227
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