O que sou em mim mesmo?
Alegra-me, o silêncio de quem
não me entende;
Surpreende-me o elogio de quem
não gosta de mim;
Não me preocupa se visitam-me,
ricos ou pobres
de sentimentos verdugos,
no ponto ou podres.
Não esnobo olhares ciosos.
Cato-os como espalhados ao chão,
ou ao céu jogados como estrelas.
Não esboço versos grandiosos,
quebro-os espelhados em imersão
de lagos a chover pelas telhas.
Sou o que você põe por distante,
por não precisar, ou não querer.
Sou a poesia de não saber
onde vou, ou se voo no instante
em que seus olhos me veem
e sua mente pode entender.