Inacabado
Ela era meio estabanada nestas questões do amor. Tinha tantas vezes metidos os pés pelas mãos.
Então ele surgira numa madruga. E ela agora estava ali envolta em tanta sentimentalidade. Era ela e a vida. Cheia de promessas, complexidades e planos. Um tremor a tomava, um sentimento de quase completude. A busca de um sonho difícil, sonhado a dois. Sabiam que era amor, era real, meio distante.
Ele dizia "Quero que sejas só minha" agora, no tempo ido e em tudo que virá.
Era dificil respirar com tudo isso, redemoinho de sentimentos. A verdade do amor e o misto do medo.
Aquele desejo da presença, do amor, dos beijos, do corpo quente latejante. Boca seca, grito crescendo no peito.
Logo ela que já tinha desistido de sentir. Mas ele era incomensurável, imenso. O toque suave na alma a tocava no corpo inteiro, como uma explosão a tirava de órbita.
Aquelas buscas não buscadas, aquele encontro astral. O mundo parava quando estavam ali, não existe hora nem depois. Era energia pura entre os corpos. Aquilo que sempre fora , realidade atemporal.
Desejava dele os beijos e os braços a protegê-la. Era segunda pele, sorriso preso no olhar, boca ressequida e mordida no lábio. Não havia palavras já inventadas que os definisse.