A perversidade do tempo VII

Viver sem amor é como vestir a mesma roupa todos os dias sem se olhar no espelho. È abrir mão da vaidade e entrega-se perversidade do tempo.Viver sem amor, sem amar alguém é pior do que comer a mesma comida todos os dias sem sentir sequer fome.Estar do lado de alguém que não se ama deveria se considerado um ato criminoso pois privar qualquer ser humano da oportunidade de desfrutar um amor verdadeiro e vivo ao lado de alguém é algo desumano.Todas estas descobertas Ela havia feito enquanto estava longe do seu amor.Todas estas descobertas haviam se tornado mantras que ela repetia pra si mesma antes de dormir todas as noites até que seus comprimidos fizessem efeito.Não havia um dia que não pensasse nele mas as memorias haviam se tornado menos intensas e suportáveis.Sem arrepios e sem lágrimas internas ou externas.Até seus devaneios eram mais realistas com o passar do tempo.O tempo real contabilizado era dois meses mas para ela duas vidas haviam se passado.

Ela sentia que o amor era a multiplicidade de todos os sentidos.Sentia um êxtase absoluto quando amava.A frase clichê" estar sozinho no meio das multidões" fazia tanto sentido como "amar ate a ultima gota de sangue".Sua sensações amorosas desproporcionais eram traduzidas como sintomas alucinogenos.Comprimidos psicotropicos não faziam efeito.Não fazia efeito tambem todo o esforço sob humano que fazia para esque-lo.Tudo era contraditorio.Tudo era só amor.Amor até os ossos.Que vazava a pele e não se consumava.

Ele também começava a sentir a falta dela.A perversidade do tempo atacava sem piedade os amantes sóbrios e os embriagados de paixão.As mensagens pela rede social e as ligações não atendidas demonstravam o claro desespero dele, do medo do abandono.Do medo do esquecimento.Ele queria um encontro.Chegou a falar em choro.Em saudade.Em amar para sempre.Quando alguem cita "sempre" é porque o hoje já não basta.Ela sabia disso.Ele sabia disso.Citar o eterno é uma promessa.Estupidez pensar que amor a distancia sobrevive quando o tempo torna se tão perverso.E que criatura poderia sobreviver sem sofrimento algum a tal perversidade?

Sequelas...amar doi.Amar exige.Mas amar é bom.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 15/12/2016
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