O SONHO ACORDADO VIVO
Era apenas uma imagem, entre tantas lembranças que delas tinha me perdido. Absorvido sem estar a pensar. O visto abria o sopro do devaneio, levado de baladas, disperso de mim, sonhando acordado em meio aos segundos infinitos da memória. O que se via afinal, era o corpo vivo? Sobre o quarto, das praias em mim, a percorrer o visto entre os inter-mundos, paredes e janelas que seguem. Pela saudade dos meus sonhos de viagens distantes do mundo. Nas mais fundas raízes do Ser, para além do caminho profundo. Viver os sentidos pelo pensamento do corpo, quando me chamava a ver se não o invisível. Da minha própria imagem, das janelas dos poemas, da sombra que guia-me para outros mundos. Sem ao menos saber que encontraremos o limite do desconhecido até tornar-se possibilidade através dele.
De Poeta das Almas - Fernando Henrique Santos Sanches
Fernando Febá