PARADIGMA
Busco inspiração para alterar meu destino,
Por isso, no meu caminhar de revelações, tento
Acalmar meu interior em constante alternância.
Escrevo como forma de me dividir, sem me separar
Do espírito selvagem que trago, cercado por mil
fantasmas e montanhas de névoa.
Arquiteto com os tempos e me confronto com deuses
De várias formas em batalhas insanas,
Que ferem o peito e rebuscam sempre minhas memórias
Incrustadas de sal.
Sugo cada gota da demência herege do que penso,
Não questiono, nem contato meus outros eus...
Apenas subo e desço pela corda bamba da existência.
Sou antigo para esse tempo e nem sempre me encontro nas
Letras que escrevo, nem em páginas passadas,
Nem nas terras que me circundam,
Fico a deriva, levado pelas belezas e tristezas que tenho.
Nenhuma força é capaz de superar essas coisas,
Nem mesmo palavras rimadas ou a benevolência da morte.
Quantas vezes procurei um buraco de avestruz
Para fugir te tudo e nada, e me vejo preso ao passado
Regurgitando perdidos e achados multifacetados.
Sem destino, acampo em praias ensolaradas e profícuas,
Porem, espero, espero... nenhuma novidade me aguarda,
Sempre do mesmo, nenhuma aceitação nova.
Não sou Davi nem Golias, e incríveis lutas me afetam.
Luto contra meus monstros sem conhecê-los de fato,
E atiro no pé muitas vezes com exímia pontaria.
Que loucura é essa que me acampa e me pensa?
Que curiosa porção do tempo o tempo me reservou?
Sou uma incógnita, paradigma de mim mesmo!
Haromax