PARADIGMA

Busco inspiração para alterar meu destino,

Por isso, no meu caminhar de revelações, tento

Acalmar meu interior em constante alternância.

Escrevo como forma de me dividir, sem me separar

Do espírito selvagem que trago, cercado por mil

fantasmas e montanhas de névoa.

Arquiteto com os tempos e me confronto com deuses

De várias formas em batalhas insanas,

Que ferem o peito e rebuscam sempre minhas memórias

Incrustadas de sal.

Sugo cada gota da demência herege do que penso,

Não questiono, nem contato meus outros eus...

Apenas subo e desço pela corda bamba da existência.

Sou antigo para esse tempo e nem sempre me encontro nas

Letras que escrevo, nem em páginas passadas,

Nem nas terras que me circundam,

Fico a deriva, levado pelas belezas e tristezas que tenho.

Nenhuma força é capaz de superar essas coisas,

Nem mesmo palavras rimadas ou a benevolência da morte.

Quantas vezes procurei um buraco de avestruz

Para fugir te tudo e nada, e me vejo preso ao passado

Regurgitando perdidos e achados multifacetados.

Sem destino, acampo em praias ensolaradas e profícuas,

Porem, espero, espero... nenhuma novidade me aguarda,

Sempre do mesmo, nenhuma aceitação nova.

Não sou Davi nem Golias, e incríveis lutas me afetam.

Luto contra meus monstros sem conhecê-los de fato,

E atiro no pé muitas vezes com exímia pontaria.

Que loucura é essa que me acampa e me pensa?

Que curiosa porção do tempo o tempo me reservou?

Sou uma incógnita, paradigma de mim mesmo!

 

Haromax

 

Haromax
Enviado por Haromax em 02/08/2016
Reeditado em 01/03/2024
Código do texto: T5716630
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