CHORO DA MATA
(Samuel da Mata)

As árvores caem, cedo ou tarde. Umas eradas, outras prematuras, mas todas tombam. Levam consigo os nossos balanços, os nossos sonhos de infância e o eterno mimo das suas sombras.

Caem porque são vivas e, por esta razão, tão amadas.

Choramos por elas. Pelas folhas perdidas nos vendavais, pelo seu amarelar no sofrimento do estio, pela sua seiva derramada em prol de muitos e pelos frutos temporãs nos quais fomos nutridos.

Vão-se as árvores, quem dera eternas fossem, ou que, pelo menos, soubéssemos delas expressar os seus aromas que tanto nos encantaram.

Árvores benditas, que deram vigor a terra, que tornaram doce o torrão em que nascemos e que nos deram a têmpera que tão bem nos caracteriza.

Que viva em nós a vossa essência e que as vossas virtudes saibamos multiplicar.
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 26/07/2016
Reeditado em 07/10/2016
Código do texto: T5709761
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.