Acerca dos Delitos
Uns falam que o homem
Veio do macaco
Outros dizem que o mesmo
Foi criado do barro
Mas as vezes
Sou obrigado a concordar com Agostinho
No meio de tanto caos
Penso que o nada veio a existir
E assim em muitos momentos
É como nos sentimos
As vezes fico a indagar
Como podemos ser tão falhos
Dizem que somos dotados
De virtudes e imperfeições
Mas a impressão que se tem
Que só as vicissitudes que são afloradas
O Criador com sua proteção
Faz o Mar Vermelho se abrir
Água brota da pedra
Fontes amargas tornam-se doces
Mas tudo isso é pouco
Diante da nossa incredulidade
Das nossas debilidades
E sempre estamos no retrocesso
Olhando para o passado
Com a nossa ingratidão
Uma murmuração
Que não parece ter fim
Dessa forma fico a contemplar
O Rei lá do seu trono
O quão triste deve ficar
Diante de tantas lamúrias
Por isso eu te peço oh Mestre
Dar nos coração sábio
Para que vivamos de tal modo
Que as nossas virtudes venham sobrepujar os nossos delitos.