Cravíneas
Um dia.
Como outro qualquer
Elas estavam assim
Lindas pra mim.
Mas os dias, um após o outro
Transformam tudo e elas
Parecendo mortas
Viram sementes
Na aridez da terra fria.
Depois de uma chuva farta
Onde antes jaziam ressequidas
Eis que renascem garbosas
Descaradamente coloridas.
Faceiras ao vento, silfo alado
Que divulga aos quatro cantos
A outras vidas sedentas
O mais puro e doce perfume
O mais fino e puro mel.
Quanto a mim
Neste momento ensolarado
Fujo das dores vividas
Das mazelas do mundo.
Pura e livremente
Ensoberbado e mudo
Somente a contemplar