De paralelepípedos e panelas.
Enquanto houver burguesia,
a poesia a se debruçar
observará a multidão
pedindo pro um naco de suiço
em vez de se alimentar.
Vai catar o lixo nos portões
em busca de notícia
vai ser espetacular!
Janelas fechando vazias,
temendo comemorar.
É só um cheirinho de porão
dessa comida de rato
a se deteriorar!
Panelas frívolas no ar
queimadas sem feijão.
A burguesia vai silenciar a poesia
E cada paralelepído vai comemorar.
É tanto motivo para se calar
que até é de espantada alegria
ouvir algum choro em qualquer lugar
Enquanto houver burguesia...