DOSANDO ALEGRIA
Ele acordou sentindo uma felicidade tamanha
No seu pequeno quarto de pensão, se imaginou um rei
Pousou seus pés calejados no chão, de uma forma tão delicada
Pensou estar pisando em pequeninas e luminosas estrelasEle acordou sentindo uma felicidade tamanha
No seu pequeno quarto de pensão, se imaginou um rei
Pousou seus pés calejados no chão, de uma forma tão delicada
O ar um tanto mofado da moradia parecia agora, pura lavanda
A disposição matutina que o preenchia, era única
Tomou seu banho de balde, como se em banheira estivesse
O pano de saco, que lhe servia de toalha, estava macio demais
O pão seco molhado no café preto, era gostoso e farto
Era uma manhã nublada e chuvosa, inacreditavelmente cheia de luz
Dentro do peito, a alegria era imensa, até assustava
Vestiu, o uniforme surrado de guerra e a bota de borracha reforçada
Pôs na mochila a marmita, de macarrão feijão e ovo e foi trabalhar
Foi assoviando pelo caminho, quase que suas pernas dançaram
Chegando à porta do serviço, parou e respirou beeeeeem fundo
Sentia.se tão maravilhosamente feliz, que era melhor se resguardar
Pra durar mais tempo a sensação, era preciso dosar a alegria
Seguiu pra sua rotina, apenas sorrindo...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 19 de março de 2016.