CHUVA
“Caía.
Caía lentamente cada pingo d’água vinda do céu.
Vinham mais e mais a cada minuto.
Até formar uma cortina cristalina em minha frente.
A delicada beleza da chuva.
Sentia ela bater em meu rosto, em meu corpo…
E nenhum incômodo. Por que sentiria?
Por que me esconderia dela?
Deixei que caísse bem. Que me encharcasse de vez.
Me permiti sentir a água limpando meu corpo e purificando a alma.
A cada banho de chuva, me sentia mais pleno e vivo.
Me revigorava, e ria de mim mesmo.
Ah… como precisava disso!
Algo simples que repetiria todos os dias, se possível.
Pela gostosa sensação de liberdade que dá.
Pela forte impressão de lavar a alma e retirar qualquer peso que se sente.
Oh, chuva.
Divina chuva que insiste em cair, sem hora pra acabar.
Continue caindo, por favor.
Para que assim, eu possa sonhar acordado com o nosso próximo encontro.
E da minha janela, poder ouvir sua voz que diz muito claramente: ‘Tenha paz no coração e na alma.’“