Sobre o ofício de amar o sol

A lua que prateia nossas noites, sob cujo brilho os amantes se deleitam e os enamorados suspiram; cuja plenitude faz correr as penas e as lágrimas dos poetas; que foi deusa, foi espírito, foi satélite natural; que é bela, sendo deusa, espírito, satélite natural ou mero brilho de prata no céu. A lua, que faz com que se movam as marés, com que cresçam as plantas, com que se apaixonem os sensíveis; a lua que, sendo fria e virgem, quando plena enche de fogo nossas veias. A lua, fugidia como um pássaro, a mais cantada de todas as belezas...

A lua não brilha sem o sol.