Louco cavalgar...

Vida minha - um cavalo doido, que há tanto tempo montei,
Agarrei-lhe as rédeas, e por segurança, também as longas e esvoaçantes crinas
E fiz pulsar o puro sangue... quase indômito...i
Sangue puro de pêlo escarlate! 
Desembestado, majestoso e livre!
Tangedor de ventos, galopes imponentes...
Onde se cavalga livre, nas trilhas dos sonhos...
Delirante, de codinome “loucura”!
Empina, roda, pula, contorce e relincha... festeja a liberdade...
Eita cavalo doido! Que salta ritos, lógicas e crenças,
Cavalo bonito! Autêntico! Pura força, mas que se preza e se ama e sabe para quem se inclinar.
Ousado e altivo, embrenha nas estreitezas das veredas dos mistérios...
Ferido? Quase sempre... Há como sair ileso de tão alucinante aventura?
Há como não atropelar os incautos que desavisados atravessam essa tão expressa via?
Mas... e essa veemente postura? Vem de reis ou de súditos?
- Da Dignidade! Vem da Dignidade e não de cavalgadura.
Muito mais que Pegasus, cavalo doido, cavalgas por outras searas, nas rarefeitas asas do pensamento,
No doce julgo da “nóia” (outro codinome seu)!
Seus olhos irreverentes não admitem viseiras,
Apenas lhe permitem cavalgar no encalço daquele fugaz, mas delicioso torrão de açúcar: a Felicidade!