TANTA
“Do abrir dos olhos até o momento em que se fecham,
do raiar do dia até a vinda da noite,
faça um calor do deserto ou um frio polar,
há algo aqui, dentro de mim,
maltratando tanto.
Bailam os galhos das árvores por causa do vento,
Nuvens invadindo o céu azul,
e o mesmo vento entra pela janela
trazendo na memória, cenas diversas
vividas por você e eu.
Paredes da mesma cor, a poeira no vidro da janela,
um trecho de poema, uma canção solta no universo,
um livro ainda não lido, o brilho de um olhar,
sustentando a grandiosa sensação
alojada dentro do meu peito.
Fotografias, um lindo sorriso, a cor do cabelo,
o calor do abraço, a força do olhar, a voz,
noites e dias, dias e noites,
do mesmo envolver, da magia nos enlaçando
e nos tornando eternos.
Um vestido, um beijo, um sentimento.
Parados num farol vermelho, sem nunca abrir.
Querendo seguir, avançar, e nunca podendo.
Ficando tudo inerte, paralisado.
Assim como eu.
Lembranças vivas, momentos fixos,
Certos nos passos, nas falas, nos olhares.
Fortes como raízes, como aço, como o amor.
E essa saudade indescritível tem seu nome impresso nela.
Saudade tamanha.
Saudade que dói.
Saudade tanta.”
Originalmente publicado em:
https://deixecrescer.wordpress.com/2015/12/18/tanta/