Dilema pros dois
Ela trazia o poema no corpo,
mas ele só sabia ler almas;
Ela levava o romance na vida,
mas ele há muito que morria.
Ou pelo menos, esperava a morte.
E até por coisa pior, se houvesse.
Se não houvesse, matava o que podia.
O que não podia, deixava-se viver.
Viver em seu modo torto,
onde um poema recebe palmas;
em seu mundo em dividida
que sequer um amor cabia.
Ou muito mais, encontrava a sorte.
ou coisa melhor, se houvesse.
Se não houvesse, de tudo fazia.
O que não fazia, deixava-se por ser.
E encontrava em seu corpo,
sua alma despida
em sua alma, um poema torto
vestido de vida.
E perdia-se pela vida,
analfabeto no amor;
nas vestes de puro corpo,
vestido de todo suor.