Um vento de saudade

Tudo o que eu não sei...

Tudo o que não me permito...

Tantos sentimentos explodindo no meu peito. E eu apenas a te fitar!

Me corrompo com as opiniões alheias... não há como refutar.

Ah, quanta saudade do tempo em que éramos inconsequentes... que vivíamos nossas vidas no limite das nossas emoções.

Ah, quanta saudade das marcas no coração... das lágrimas da saudade... da presença da esperança: que tudo podia mudar.

Hoje nada mais nos resta! Hoje, nada mais "me" resta.

O tempo passa e eu continuo aqui. Não sei o que fazer, pra onde ir: não sei o que querer... não sei por que ainda te desejar!

Uma vida toda te amando... os poucos dias que me restam! Essa vida abreviada que Deus me permitiu.

Queria que me amasse, sem saber que meu fim a cada dia mais se aproxima.

Queria que fosse intenso simplesmente por ser. Nunca quis trazer à realidade algo que pudesse influir em qualquer dos nossos momentos.

Me dei conta que não apenas minha vida era efêmera: o teu "amor" também...

Quanto mais o tempo passa, menos vida eu tenho, mais eu te amo, menos eu me perco.

Não há o que fazer!

O meu não foi pra que você não sofresse. E confesso às paredes que pensei que não desistiria: você ocasionalmente se foi.

Sofro. Muito mais por ter desperdiçado meu (curto) viver com a sua superficialidade, do que por toda essa intensidade que a vida me fez capaz de sentir.

...

O que eu senti em poucos anos, você não sentirá por sua vida inteira.

...

E a minha morte não apaga a vida que me trouxe. Gratidão por você existir... apesar de tudo: gratidão por você me fazer existir!

Amanhã eu não mais existirei... sei do meu tempo! Talvez amanhã: e somente amanhã, seja a sua oportunidade de ser inteiro... pena que não poderei te ver.

Não sinta remorso.

Sinta saudade: saudade de tudo aquilo que não nos permitiram ser!

Gratidão...

... me contento em existir em sua lembrança.

Eu: um vento que passou!