Menina
A frágil menina parou estupefata
Um brilho de admiração saltou de seus olhinhos ávidos
Um sorriso ameno iluminou sua face
E o coraçãozinho pulsou de contentamento
Mas ele não sabia que a mulher forte, sedutora e madura queria amar
Não imaginava que por de trás de tamanha ousadia e sensualidade
Batia um coração de menina, de sonhos e de sons
E o riso dele a contaminou de esperança
Desabrochou a flor murchinha, que há muito não era regada
De luz, suavidade e encontro
Ele não sabia que a voz melodiosa, firme e doce a fazia bailar
Era uma menina cheia de sonhos, disfarçada de mulher madura
O fazia tão bem, que ela mesma esquecia que tinha um coração
A integridade do rapaz a deixára muda
Só se ria e seguia o curso natural
De quem encontra alguem assim
Ela não queria o depois
O que importava era o agora, e colher cada sorriso de cada momento eterno
Ele era deslumbrante, na maneira de ser e fazer
Cada palavra era registrada como um beijo
Cada gesto, adubo que a fazia florescer
Mas ele teve medo de amar, de ser amado
Ele não soube colher os momentos de ternura
Não pode deixar a luz iluminar os dias de cor e sons
Ele partiu
E a menina perdeu o chão
Sem o adubo do seu riso
Ela murchára
Era flor despetalada em jardim estéril
Era solidão
Era lágrimas incisivas
Seu coraçãozinho batia lentamente
E a cada instante
As lembranças
A saudade
A matavam um pouquinho mais