CONFIRA, ESSE NÃO É O MEU DESTINO

 
Pálida tez doentia e fatídica
Com a foice a mim apontada em
riste
Sofrida e cortante feito navalha
Que rasga a carne em t i r a s ardentes
E nos lança tão
somente migalhas
Liberta-me dos ganchos e algemas
Deixe-me viver pelo menos um pouco mais
A  f  a  s  t  a    de mim esse destino
Meu tempo foi
curto demais
Não pude agradecer o bastante
Não pude cheirar todas as
flores
Não pude sentir todos os sabores
Não pude ler todos os livros
Não pude me arder em tantos amores
Não pude admirar toda a aquarela e mistos de cores
Não pude me desculpar o suficiente
Não fui ainda
fervorosa o quanto devia
Não pude acalentar todas as
crianças velhos e doentes
Não posso me ir agora
Reveja os seus alfarrábios
Com certeza
não é chegado
O meu instante
f
i
n
a
l


 
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2015.
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 15/09/2015
Reeditado em 15/09/2015
Código do texto: T5383481
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