CASA de ORATES
Na casa de Orates;
Getúlio range os dentes;
Noêmio rói as unhas;
João Pedro saliva os beiços;
Domingos olha com os olhos,
os olhos dos bichos de pé;
E a prostituta carente de fé,
Reverbera com urros,
Palavras indecentes.
Casa grande com telhado,
Piso, janelas, portas e grades.
Onde os devassos de pensamentos,
Nas camas, ficam calmos amarrados.
Que mal há em ser diferente,
E fazer do gritar, pular, escandalizar,
Sua honra original e espontânea,
Se o mundo, quando não é tomado pela hipocrisia e depressão,
Faz-se dele, uma indústria de prostituição.