CASA de ORATES

Na casa de Orates;

Getúlio range os dentes;

Noêmio rói as unhas;

João Pedro saliva os beiços;

Domingos olha com os olhos,

os olhos dos bichos de pé;

E a prostituta carente de fé,

Reverbera com urros,

Palavras indecentes.

Casa grande com telhado,

Piso, janelas, portas e grades.

Onde os devassos de pensamentos,

Nas camas, ficam calmos amarrados.

Que mal há em ser diferente,

E fazer do gritar, pular, escandalizar,

Sua honra original e espontânea,

Se o mundo, quando não é tomado pela hipocrisia e depressão,

Faz-se dele, uma indústria de prostituição.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 15/06/2015
Reeditado em 15/06/2015
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