Você não veio.

Meu rosto torna-se pura lembrança sua...
E qual lava, uma lágrima verte quente,
Expelida nos soluços de um coração ardente, 
Após eras adormecido, nas camas, ruas e luas...
A saudade a vazar pelos olhos profusamente...
O corpo parece querer livrar-se d'alma minha,
Numa compreensível inversão do natural,
Ante tanta a dor que o abate e definha.

Então no céu revezam-se o rubro e o gris,
Num insistente constante contraste triste:
O sol minguante retira-se...
A noite perde-se no firmamento sem estrelas.
A lua, inconformada, nova, não mais se apresenta.
Nos jardins jazem as flores, embaçam-se as cores,
Espantam-se os bichos.
Esboços sem caprichos...
Então esse mundo... ah, esse mundo... 
Assim​​​​​​, do nada, fica enfadonho, tão feio!
E a vida, renhida, perde o sentido,
Homens e bichos calam-se aturdidos,
Tudo... tão assim!
Só porque você não veio...