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A MORENA E O POETA!
A morena e o poeta
Caminhavam em linha reta!
Falavam de amor, de jardins...
Imaginavam rosas, violetas, e jasmins!
Pensavam no campo que devia florescer,
Nas flores que haviam de colher!
Flores perfumosas, frutos adocicados...
Frutos carinhosamente esperados!
Em noites de lua cheia,
Iam à praia, rolavam na areia,
Respiravam a brisa úmida e salina,
Voltavam a ser menino e menina!
As noites eram curtas e pequenas,
Mas as madrugadas eram serenas,
E as manhãs chegavam devagar!
Valia a pena viver e sonhar!
Numa virada surpreendente,
A morena de repente,
Anunciou que partiria...
Terrível foi aquele dia!
A morena tomaria outro rumo!
O poeta perdeu seu prumo...
Seu coração, já doente, balançou!
Vínculo rompido... E tudo acabou!
Agora, dois rostos revelavam amarguras!
O Sol ainda brilhava lá nas alturas,
Mas já não havia jardins, nem flores!
Esmaeceram-se as cores!
Já bem longe, bem distante,
A morena continuava deslumbrante
Aos olhos do poeta desventurado
Que já não ousava sequer ser ousado...
A dor de uma despedida não se mede,
Mas dói também para quem se despede!
Um grande amor chegara ao fim!
Sem musa e sem jardim,
Num golpe de desilusão e dor,
O poeta, outrora menino sonhador,
Morreu ao escrever o último dos versos seus:
"Adeus meu amor, adeus, adeus"!
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