Dez dias
Hoje faz dez dias que se separou de mim mas, não do meu coração. Acho que só hoje a ficha caiu de que não o verei mais nesta vida. As lagrimas rolam em meu rosto e por isto me sinto culpada. Por que? Porque sinto falta de você? De que? Da vida que vivemos? Sei que foram dias de aprendizado, de experiências, de lutas, de amor, de companheirismo. Vivemos uma vida juntos. Foram quarenta e quatro anos em que nunca pensamos em uma separação desta. Mas a vida reservou para você esta doença que vinha te tirando aos poucos de mim. Não sei se isto foi bom. Sinto meu coração a ponto de explodir de tanta dor. Sinto-me culpada por isto. Não eras mais aquele Nadu. Parecias uma sombra do que fostes. Uma imagem como um retrato velho se apagando após poucos. Eras tão independente, e de repente começou precisar de mim para tudo. Como não me sentir culpada por esta dor que sinto quando lembro de tanto sofrimento que vi você passar? Já não conversávamos mais e ultimamente nem sequer respondias aquele “OI O I O” que lhe acordava. Dependias totalmente de mim. Esta não era uma vida, nem para você nem para mim. Mas não me importava. Cuidava-lhe como se fostes uma criança indefesa, até seu quadro agravou e teve que levá-lo para o hospital . Tinha esperança de trazê-lo de volta para casa. Mas Deus não quis assim. O levou. E nestes dez dias, vivi como se nada tive-se acontecido. Mas hoje a ficha caiu. Vejo a casa vazia. Seu quarto fechado me grita que tu não estas mais aqui. Não o verei mais. A realidade desta separação me traz sofrimento. Tem horas que minhas lagrimas secam. Não. Não quero me sentir culpada por este egoísmo que toma parte do meu ser, de sentir saudade por você não estar perto só para te cuidar. Era um sofrimento constante para você e para mim. Pagastes seus pecados e agora desancas em paz. Lembro de você no caixão tão sereno, como se estivestes dormindo. Isto me conforta. Então porque esta tristeza? Acho que depois deste desabafo sei. E aquela palavrinha curta .
SAUDADES! Saudade do que vivemos. Não na dor, mas do amor que nos uniu.
Esta que daqui adiante será minha companheira.
Hoje faz dez dias que se separou de mim mas, não do meu coração. Acho que só hoje a ficha caiu de que não o verei mais nesta vida. As lagrimas rolam em meu rosto e por isto me sinto culpada. Por que? Porque sinto falta de você? De que? Da vida que vivemos? Sei que foram dias de aprendizado, de experiências, de lutas, de amor, de companheirismo. Vivemos uma vida juntos. Foram quarenta e quatro anos em que nunca pensamos em uma separação desta. Mas a vida reservou para você esta doença que vinha te tirando aos poucos de mim. Não sei se isto foi bom. Sinto meu coração a ponto de explodir de tanta dor. Sinto-me culpada por isto. Não eras mais aquele Nadu. Parecias uma sombra do que fostes. Uma imagem como um retrato velho se apagando após poucos. Eras tão independente, e de repente começou precisar de mim para tudo. Como não me sentir culpada por esta dor que sinto quando lembro de tanto sofrimento que vi você passar? Já não conversávamos mais e ultimamente nem sequer respondias aquele “OI O I O” que lhe acordava. Dependias totalmente de mim. Esta não era uma vida, nem para você nem para mim. Mas não me importava. Cuidava-lhe como se fostes uma criança indefesa, até seu quadro agravou e teve que levá-lo para o hospital . Tinha esperança de trazê-lo de volta para casa. Mas Deus não quis assim. O levou. E nestes dez dias, vivi como se nada tive-se acontecido. Mas hoje a ficha caiu. Vejo a casa vazia. Seu quarto fechado me grita que tu não estas mais aqui. Não o verei mais. A realidade desta separação me traz sofrimento. Tem horas que minhas lagrimas secam. Não. Não quero me sentir culpada por este egoísmo que toma parte do meu ser, de sentir saudade por você não estar perto só para te cuidar. Era um sofrimento constante para você e para mim. Pagastes seus pecados e agora desancas em paz. Lembro de você no caixão tão sereno, como se estivestes dormindo. Isto me conforta. Então porque esta tristeza? Acho que depois deste desabafo sei. E aquela palavrinha curta .
SAUDADES! Saudade do que vivemos. Não na dor, mas do amor que nos uniu.
Esta que daqui adiante será minha companheira.