Sem porquê

Era de um jeito meio sorumbático

Que ia passando por ali

Olhava tudo com preguiça

Nem entendi porque viera parar

Nestes recôncavos sem fim

Parece que lhe atiraram ali

Sem motivo certo

Talvez tivesse caído de um despenhadeiro

Não via muito sentido naquilo tudo

Borboleta, passarinho, rio, pedra, ar

Menino que vira homem, talvez nem ainda seja

Perdeu a noção do tic tac

Andava só por andar

Nem tinha estrada certa

Mas ouviu ao longe que precisava continuar

Fernanda Garoli
Enviado por Fernanda Garoli em 16/11/2014
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