O trovador de ilusões

Ouço o pranto da chuva lá fora,
O respingar nas folhas da amendoeira,
O silêncio do vento que não passa,
Um e outro barulho que não saí para ver.
Meu pensamento vagueia,
Nos recônditos da memória,
Nos dias, os que morreram, no amanhã, no agora.
Encontro você aqui e ali, mesmo sem querer.
Não é preciso dizer, não foi possível ir além.
O solo do coração é terra que não se manda,
No céu dos olhos, não há estrelas,
Assim mesmos os amantes hão de vê-las,
Tilintar no firmamento da emoção.
Tudo isso são coisas da imaginação,
A chuva que rega a rua lá fora,
Não é falha da memória,
Sensibilidade de quem espreita o silêncio,
Do guerreiro e vencedor,
Que não se prosterna sobre a terra,
Não faz, mas também não foge à guerra,
O odiar e o amar nas trovas de um trovador.
 
Novembro 13/2014
Feitosa dos Santos