O ECO DO BUGIO
(Samuel da Mata)
Há um tempo em que nosso peito movido por profundos ideais se ergue à luta e enfrenta os gigantes da injustiça, fazendo retumbar sua voz como um bugio na árvore. Neste cenário, a fé supera os medos e se sente imune a hipocrisia dos homens. Ali, o eco da sua voz supera o crocitar das gralhas que o recrimina contumaz em gritos de descrença. Todavia, chega-se uma época em que nosso dorso se curva num arco de desesperança, não de indiferença, mas morre a fé nos heróis que cunharam nossos os nossos ideais. É um inverno triste, onde o bugio desce das árvores e vem para a relva fazer coro aos sapos que num coaxar soturno imitam o que dizem as gralhas. Às vezes, afasta-se em silêncio para bem longe da mata onde não mais possa ouvir o cantar do bem-te-vi, que diz: eu te disse, eu te disse, eu te disse, enquanto novos e inocentes macacos escalam as árvores para discursar.
(Samuel da Mata)
Há um tempo em que nosso peito movido por profundos ideais se ergue à luta e enfrenta os gigantes da injustiça, fazendo retumbar sua voz como um bugio na árvore. Neste cenário, a fé supera os medos e se sente imune a hipocrisia dos homens. Ali, o eco da sua voz supera o crocitar das gralhas que o recrimina contumaz em gritos de descrença. Todavia, chega-se uma época em que nosso dorso se curva num arco de desesperança, não de indiferença, mas morre a fé nos heróis que cunharam nossos os nossos ideais. É um inverno triste, onde o bugio desce das árvores e vem para a relva fazer coro aos sapos que num coaxar soturno imitam o que dizem as gralhas. Às vezes, afasta-se em silêncio para bem longe da mata onde não mais possa ouvir o cantar do bem-te-vi, que diz: eu te disse, eu te disse, eu te disse, enquanto novos e inocentes macacos escalam as árvores para discursar.