Minha Tânia
Rainha. Ela era todos dias. Não precisava de majestade, de banheira de ouro, de rituais imperiais. Era pé no chão, café na garrafa, sorriso no rosto e uma dose de sabedoria. Dose diária. Todos os dias.
Esposa. Ela era há mais de trinta. Como me divertia ouvir suas risadas companheiras e perceber o amor que os inundava. Meu sonho de infância: um amor assim. Um amor perene e incondicional. Às vezes, o futebol demasiado a perturbava, o mau humor masculino agrava a TPM, ou, quando o meio da cartela chegava, sempre havia desculpa para uma palavra em tom um tiquinho só desaforado. Mas o que importava? Tudo sempre se ajeitava. Ela tinha o poder feminino nas suas mãos como nenhuma mulher tem e, o mais importante, sabia usá-lo muito bem.
Amiga. Ela era de todos, sem distinção. Coração puro, sem interesses materiais. Amava do mais humilde ao mais luxuoso, sem fazer diferenças, sem contar vantagens, sem negar ajuda. Ela apenas sabia viver. E, às vezes, nós, que não somos tão plenos quanto ela, esquecemos que é por isso que estamos aqui: para viver. Esquecemos de aprender a fazer isso.
Mãe. Ela é única. A melhor que Deus poderia ter me dado. Quanto orgulho ter recebido luz dela. Ter morado no seu ventre, no seu seio, carregar seu sangue, seu sobrenome, seus ensinamentos.
Passado não existe para ela-mãe.
Ela sempre é!
Minha mãe.