EU E MEU TRENÓ
Enfim... só! Ou melhor, eu e meu trenó. Com a carga colorida e o estranho paletó, na labuta diária de um destino sem nó. Colhendo, recolhendo, me sujando de pó.
Ajeito minha barba esparsa (não, não é farsa!), levando tudo que tenho, lavando o mundo de graça. O olhar do adulto não me vê, quer dizer, finge, disfarça.
Sou lenda, sou mesmo, ninguém sabe meu lar, mas sabem ao menos (mais ou menos) onde é fácil encontrar. Cruzando, zunindo pelos carros, me dano a voar.
Deixo para trás o mundo inteiro carregando comigo a fantasia, de mais um natal que já chega, de mais uma noite vazia.
Eu e meu trenó, quantas histórias para contar, mas esta noite não conto, só cato, paro de falar: papelão, papelão, papelão, papelão... 10 centavos cada kg, 50 kg para jantar.