EU E MEU TRENÓ

Enfim... só! Ou melhor, eu e meu trenó. Com a carga colorida e o estranho paletó, na labuta diária de um destino sem nó. Colhendo, recolhendo, me sujando de pó.

Ajeito minha barba esparsa (não, não é farsa!), levando tudo que tenho, lavando o mundo de graça. O olhar do adulto não me vê, quer dizer, finge, disfarça.

Sou lenda, sou mesmo, ninguém sabe meu lar, mas sabem ao menos (mais ou menos) onde é fácil encontrar. Cruzando, zunindo pelos carros, me dano a voar.

Deixo para trás o mundo inteiro carregando comigo a fantasia, de mais um natal que já chega, de mais uma noite vazia.

Eu e meu trenó, quantas histórias para contar, mas esta noite não conto, só cato, paro de falar: papelão, papelão, papelão, papelão... 10 centavos cada kg, 50 kg para jantar.

Josadarck
Enviado por Josadarck em 24/12/2013
Código do texto: T4623991
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