ENTRE PAI E FILHA

Suas mãos nos recebem, firmes, logo depois de sairmos da proteção uterina. Nos afagam, com ternura, de encontro a seu peito e nos banham em nossos primeiros dias.

Suas mãos nos ensinam a comer, escrever, fazer contas e desenhar. Nos esperam estendidas quando damos os primeiros passos.

Suas mãos nos ajudam a andar de bicicleta, bincam conosco de bola e de boneca, nos levantam do chão, a cada tombo, curando as feridas.

Suas mãos se unem para uma prece em nosso favor, nos apontam as estrelas do céu, gesticulam no ar a travessia dos cometas.

Suas mãos nos mostram como dirigir o carro, e, por que não dizer? Nos mostram como dirigir nossa própria vida, apontando os caminhos certos e corrigindo os erros em nós.

Suas mãos trabalham em nossa homenagem e assinam o cheque de nosso prejuízo. São o símbodo da segurança e do mimo que tanto precisamos.

Suas mãos nos levam ao altar e nos entregam ao destino que terá outras mãos a cuidar de nós.