Inexistente.

Fantasiei em cima da cama a tua foto que mais gosto.
Queria que você passasse esta noite comigo.
Queria teus lábios nos meus emergidos.
Pra sentir-me amado e protegido.
Deixei a luz acessa e nem a porta fechei.
O lençol no teu lado, com carinho, amarrotei.
Deixei o vinho bem perto. Nem abri.
Minha voz silenciou mesmo sem eu dormir.
Ouvi o meu coração falar algo que nunca falei.
Tive a sensação que o amor agonizava sem versos, sem poesias.
Mesmo lembrando fingi que te esquecia.
Tentei mentir que pra mim pouco importa.
Busquei pensar sem urgência.
Pousei meu olhar pela janela em uma linda estrela.
Cogitei em te ligar de surpresa.
Em meio a triste noite que eu vivia.
Enfrentei a insônia com nobreza.
Ao menos em um momento fingi ser fácil.
Rodei nossa música pra pensar que estava num show.
Espalhei teu perfume pra apagar tua ausência.
Minha insanidade parecia crescer.
Fui testando assim minha resistência.
Imaginei tua camisola pendurada.
Certamente você a usou em alguma madrugada.
Talvez esquecida ali por descuido ou em uma hora apressada.
Pensei ouvir você me dizer para esquecer a tristeza.
Pura ilusão, hoje você não vem.
Hoje que você se calou eu mais te precisava.
Pode ser que tudo tenha sido inexistente só eu não sabia.
Com carinho eu pedia você concordava.
Apenas fingia.
Na verdade nada me dava.

Pode ser que apenas eu delirava.
Ou quiçá sonhava.
Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 21/08/2013
Reeditado em 21/08/2013
Código do texto: T4444266
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