Eu, a solidão e a chuva
Ando de braços dados com a solidão e lhe faço carícias em noites de chuva
Sou só na noite e é só o que vejo nas linhas que escrevo
Ser só no momento da chuva caindo, me faz ver estrelas no mar da enxurrada, que leva o meu barco
Navego no mar de águas claras da chuva, na solidão que eu tenho
Sinto em meu rosto os pingos da chuva, tocando de leve, e o só que eu sinto me deixa brilhando. São pingos de chuva, são gotas serenas num mar solitário, fazendo carícias
E eu de mãos dadas olhando as nuvens que me trazem a chuva
E eu, só, na solidão com a chuva, molhando o mundo que me faz estar só
Não mato o mundo, vivo com ele e trago em mim anseios de amar
E penso que amo quando olho a chuva. Penso que amo na minha ânsia de amar
Anseio o mar e amar com a chuva, na solidão do luar
A solidão me toma com jeito de quem quer dominar e eu pulo bem alto acima das nuvens, desfaço o abraço e me faço de mar
Não mato a solidão em meu seio, sou viva e sonho na solidão de amar
Sou só, na solidão com a chuva, navegando no mar
Sou só, sou chuva, sou mar, sou barco e navego nas ondas do mar
Navego na solidão que eu tenho, com braços abertos na ânsia de amar