Raquel IV
Põe a música. Fecha os olhos. Descalça dança sobre o tapete. Um passo e meio para frente, um passo e meio para trás, e vai nesse vai e vem por toda a vida. Põe seus colares que balançam enquanto seu quadril se movimenta sensualmente como uma serpente pronta para abocanhar a presa. Com o material frio do colar, toca seu rosto, esse contraste de temperatura arrepia seu corpo todo. As luzes do pisca-pisca acendem e apagam no ritmo, e ela acompanha, logo parece ser todo o quarto: ser as luzes, as sombras e ela própria. Ela é toda feliz e toda contente, seu vestido de tecido leve e transparente não atrapalha a visão de sua nudez, é como as águas claras de um rio vestindo uma sereia encantadora de marujos. É bom vê-la dançar quando acha que ninguém está vendo.