A luz que eu busco...
É noite e a vida que vejo lá fora dorme em mim
Há noite em mim e há cavernas profundas
onde me encontro perdida, cansada, calada
O escuro da noite me cobre e eu me escondo
correndo de mim
São tantos devaneios que eu tenho agora...
Eu sei que o meu olho que enxerga não vê
Eu sei que o escuro que esconde a noite
me esconde também
Vejo as cavernas chamando por mim
e o que eu ouço é só um lamento
é um grito perdido no meio do mundo
é um grito de mim
Me busco, assim, um tanto sem jeito
querendo fugir do grito que eu dei
do sopro do vento que trouxe o lamento
Devaneios me tomam montando cavalos
e são tantos que eu vejo a poeira
que vêm levantando do chão
E no vento rugindo é o meu grito que chega
é o que o vento me trás
Me perco agora na noite que vejo...
Procuro o escuro que me leve de mim
Sei pouco agora, no escuro em que estou
Não vejo a lua e a luz que eu vejo
é da lâmpada acesa da sala onde estou