VITRAIS PARTIDOS: DELICADOS SONHOS DE VIDRO!
Janelas da alma. Janelas através das quais vejo o que não quero ver; através das quais vejo a realidade amarga que destrói a doce ilusão de chegar a casa e ver-te repousando frente à televisão, deleitando-te em sonhos e fantasias; e ver o pequeno fruto do nosso falecido amor aos teus pés, brincando doce e alegremente, também deleitando-se em pueris sonhos e fantasias. Dei-te tudo, e tudo me tiraste! Com teus olhos refletindo os meus, pus meus sonhos diante de ti – sonhos frágeis, sonhos translúcidos, sonhos quebradiços – e pelas janelas pude ver-te derrubando-os como um vendaval – com fúria, com ímpeto, como se nada fossem, ignorando-os completamente –, estilhaçando-os junto ao delicado vitral! Tomaram-me por assalto o rompante e o som do vidro a decorar ruidosamente o piso com pinceladas ao estilo Expressionista Abstrato, com toques de Surrealismo – dos meus sonhos, certamente! Coração, vida, sonhos... tudo partido, tudo rompido, tudo estilhaçado; e eu tentando recolher os estilhaços, juntar os cacos, dando meu toque artístico com pinceladas de vermelho sangue a escorrer dos pés descalços, dos joelhos, das mãos nuas... Indiferente à minha dor, passeias alegremente sobre o vitral partido, e enquanto caminhas com elegância, pisas sobre os cacos com seu Pigalle de maneira tão despreocupada, fria e inconsequente, que com dor ouço o ruído dos meus sonhos partidos se partirem ainda mais, até o ponto de se tornarem pó, o pó da desilusão, o pó do esquecimento!
Julia Lopez
Janelas da alma. Janelas através das quais vejo o que não quero ver; através das quais vejo a realidade amarga que destrói a doce ilusão de chegar a casa e ver-te repousando frente à televisão, deleitando-te em sonhos e fantasias; e ver o pequeno fruto do nosso falecido amor aos teus pés, brincando doce e alegremente, também deleitando-se em pueris sonhos e fantasias. Dei-te tudo, e tudo me tiraste! Com teus olhos refletindo os meus, pus meus sonhos diante de ti – sonhos frágeis, sonhos translúcidos, sonhos quebradiços – e pelas janelas pude ver-te derrubando-os como um vendaval – com fúria, com ímpeto, como se nada fossem, ignorando-os completamente –, estilhaçando-os junto ao delicado vitral! Tomaram-me por assalto o rompante e o som do vidro a decorar ruidosamente o piso com pinceladas ao estilo Expressionista Abstrato, com toques de Surrealismo – dos meus sonhos, certamente! Coração, vida, sonhos... tudo partido, tudo rompido, tudo estilhaçado; e eu tentando recolher os estilhaços, juntar os cacos, dando meu toque artístico com pinceladas de vermelho sangue a escorrer dos pés descalços, dos joelhos, das mãos nuas... Indiferente à minha dor, passeias alegremente sobre o vitral partido, e enquanto caminhas com elegância, pisas sobre os cacos com seu Pigalle de maneira tão despreocupada, fria e inconsequente, que com dor ouço o ruído dos meus sonhos partidos se partirem ainda mais, até o ponto de se tornarem pó, o pó da desilusão, o pó do esquecimento!
Julia Lopez
14/11/2012
Nota sobre a foto: imagem da internet sem identificação de autoria. Busco exaustivamente a autoria de cada imagem, mas nem sempre a encontro. Caso alguém conheça sua autoria, por favor, me informe para que eu possa identificar a imagem e dar o merecido crédito ao artista!
Visitem meu Site do Escritor: http://www.escrevendobelasartes.com/
Nota sobre a foto: imagem da internet sem identificação de autoria. Busco exaustivamente a autoria de cada imagem, mas nem sempre a encontro. Caso alguém conheça sua autoria, por favor, me informe para que eu possa identificar a imagem e dar o merecido crédito ao artista!
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