NOTA: Walhalla, ou Valhalla (lê-se Val-Halla), é uma parte do reino de Asgaard, os céus da mitologia nórdica. É para Walhalla que se dirigem os justos e os valentes que morrem em combate. 


 
No Jardim de Walhalla
(do livro "Nos Jardins Sagrados", Introdução, prêmio Asabeça de Poesia, 2014)
 
 
 
 
Nas moradas do Eterno há um Jardim onde não vigora o tempo.
Um minuto e a eternidade convivem no mesmo instante,
E os espíritos escolhidos aguardam a hora de renascer.

No Jardim de Walhalla brilha uma força maior que o amor humano.
A solidão não desce como noite escura sobre as flores,
E um ser completa o outro como uma corrente de Luz.

Um dia, entretanto, alguém ficou só no Jardim de Walhalla.
A Luz que brilhava esmaeceu-se na noite escura da tristeza,
E cintilaram estrelas no rosto do espírito que ficou só.

O Eterno compadeceu-se, como sempre se compadece o Eterno.
O espírito solitário foi então enviado à Terra,
Onde vigora o tempo e o espaço, cruelmente separando os seres.

E assim, o seu amor se fragmentou em miríades de corpos.
O espírito solitário agora vaga em pedaços espargidos,
Buscando nos Jardins Sagrados as partes que o completam.

Um dia, esses pedaços de amor serão todos recolhidos outra vez.
Dos guerreiros e guerreiras que caem em batalha, dos justos injustiçados,
Sua Luz outra vez brilhará, iluminando o Jardim de Walhalla.
 

fig: Brunhilda chora - Arthur Rackman para a obra "O Anel de Niberlungen", de Richard Wagner
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 05/03/2013
Reeditado em 05/12/2016
Código do texto: T4172443
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