Sobre-existir.

Eu queria ter o eficiente elixir que lhe entorpecesse,

Para que eu na sua involuntária inconsciência lhe injetasse, sem o doer natural,

A minha intensa e desajeitada paixão,

Numa espécie de transfusão de tipo positivo esquisito,

Que a sua lucidez dispensaria,

Mas que o seu sedento desvario insiste em receber.

Achar-lhe a difícil veia, via pela qual a doação exauriria e lhe infestaria desse meu insano e grudento amor,

Tão visceral!

E ao qual não bastam somente os seus sentimentos:

Há que ser simbiótico...

E quais rêmoras e orquídeas parasitas, eu quero estar eternamente agarrado a você!

Minha sobrevivência!

Onde pulsam minhas atividades vitais,

Onde ocorrem essas maravilhosas e místicas trocas de essências.

E se a isso não sobrevivermos, que sobre-existamos!

Pois saibam que é tão bom que paradoxalmente dói...