Limiares.

No verão, extremos,
O sol mais perto, as folhas secam, flores murcham.
Tempestades se formam,
Esquentam-se até as sombras!

Na primavera a mansa bonança prevalece,
Ocorre a polinização,
Enquanto a luz do sol é captada,
Pela magia da fotossíntese.
O constante renascer da natura...

O gélido inverno tudo queima,
Esfria e grisa,...
Só faz gear e tornar o instante incessante,
A cortar, qual navalha, a delicadeza da tez das folhas e flores já petrificadas.

No outono, flores e folhas caem...
E tornam-se fomentos,
Quando fertilizam o meu entendimento,
De que nada tem fim,
E que dessa oportuna queda surge o radiante e necessário novo ser...

Que venha o novo ser e paire sobre os juízos perdidos dos homens!
Que venha esse novo homem carregado de poesia, de saberes e sabores!
Para privilegiar os seres, realçar as cores!
Limitar poderes e esbanjar amores!