O Espelho Negro II
Visões fragmentadas num espelho envolto pela noite.
Dentro dele, o deserto da escuridão sem estrelas,
Apenas a negra lua, num brilho profundo de diamante.
Sentimentos a cavalgar em desfiladeiros sombrios,
Aos olhares do universo imaginário, em múltiplas esquinas,
Esquecidas numa fração perdida do tempo, além das colinas.
Relâmpagos ressuscitam as vidas etéreas das Ondinas,
Dum mar suspenso em nuvens saturadas de lembranças.
Cenário duma estação de superfície soturna sob a luz neon,
Parte sobre os trilhos do tempo, as preces dum peregrino
Levados em vagões carregados em casulos além de Leon.
Sob túneis de ventos, os sonhos hibernam sobre seixos roliços.
O vazio das cavernas abrigam então, o mistério dos templários.
Paredes dos desfiladeiros: vertigem infinita no olhar de Narciso .
Guardas em ti os pensamentos enclausurado no teu templo.
Desejos da negra luz que atrai, e contrai as pupilas nas paixões.
Descansa sobre a nudez, o perfume do frescor da Damas-da-noite,
Onde gotas de orvalho matinal absorvem toda a luz do espelho,
Ao pulsar no infinito os espaços vazios dum coração guerreiro,
De um sacrifício Maya, envolto em bálsamo de Galaad.
Espectros dos negros cavaleiros presentes em teu castelo,
Cercados por valas a emoldurar o teu universo sombrio.
A luz atravessa a janela, e revela a cor difusa crepuscular,
Adormecem nos umbrais, com belvederes dourados pelo ocaso.
airton parra sobreira