Contas, contos e cantos poéticos

Sei que não é justo

Com o nosso caminho

Lido e percorrido

Ser medido com passos

Ser contado com números

O nosso passado se conta com letras

Se traduz com poesia

Se degusta com inconfundíveis cheiros

De almoços com sabor de vida

Se demora em vinte minutos

Com doses de mistério e frio na barriga

Nossos sonhos perpassam linhas infinitas

Vidas infinitas,

Essas, outras, muitas além...

Recorrem a pernas escondidas

A carinho no pé

A cheiro de café

A beijos ora tão guardados

ora descontrolados por sentimentos agudos

crônicos, fônicos...

poéticos

Nossas datas se passam

Banhadas no tempo da saudade

Então seria sim injusto com o nosso tempo

Com nossa infalível maneira de sobreviver aos contratempos

Consagrar apenas datas

E desprezar as marcas

E foi nesse sentimento timbrado

Impossível de não ser enxergado

Que as marcas de você

Em mim

Não me despedaçaram

Fui sim renovada, tomada, invadida

Atropelada

Por multidões de horizontes

Ainda em poucos meses

Já foram colhidos

Imensidões

De frutos

Frases

Flores

Folhas

Frissons

Sob sombras de tantos desafios

Nossos pés já se juntaram

Antes mesmo de se tocarem

A pele na pele se demorou

Os corações de imediato

Se apressaram

E a estrada se fez

canto

conto

Ar livre

Dança

Chuva

Sol

Companhia

Sorrisos

Nós

Sem nós

Entre laços

O nosso tempo externo se conta

Do interno, só nosso sentimento dá conta...

(Aos nossos externos oficiais dois meses)

Caio Márcio Rocha Coriolano
Enviado por Caio Márcio Rocha Coriolano em 22/11/2012
Reeditado em 22/11/2012
Código do texto: T3998858
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