Eis que não há sentido nos sentimentos.
As profundezas de minha mente acumulam víscidos sentimentos,
Que por tempos incontáveis instalam-se e acoplam-se a cada medida de seu perímetro,
Tal qual poeira cósmica oriunda das longínquas e epidêmicas desordens do Caos.
São sentimentos viajores, resíduos que exalam o cheiro da senilidade,
Vindos de tempos idos que nos seus desvanecidos alforjes, conduzem o infalível coesor de almas afins.
E quais meteoros desgovernados se abalroam e se espatifam pela abóboda celeste, a colocar a existência em constante perigo.
Perpassam-se as eras e infinitos obstáculos e lá estão eles a povoarem o subconsciente humano e afloram numa rapidez indômita e inoportuna, driblando blindagens medíocres e radares desatentos das fracas resistências.
Aventureiros, eles vadeiam os espaços venéreos e incautos, evidentes nas misteriosas sinas dos homens: e os dominam... e os cegam... e os tornam buracos negros...
Revestidos de veemência e, sob a égide da irrefutabilidade, formam portais soberanos,
Rendem as reações cerebrais e as subjugam e formam um império comumente desastroso,
Elevam a passionalidade e a consequente impossibilidade de intervenções e recuos.
Novamente o Caos!
Os ventos não têm rumo, nem sossego, nem dono, nem propósito.
Tudo é e será exatamente assim.