" SEM MÃOS CALEJADAS "

Não tive pobreza para me gabar.

Nunca fui um João Ninguém para me desculpar.

Trabalhei, mas nem houve tanto suor assim.

As minhas desventuras foram um estímulo de vida.

Venci o medo com a força de minhas fibras.

Plantei árvores, cuidei de canteiros,

criei filhos, escrevo livros,

escrevi poemas que foram meu prazer e maldição.

Bom mesmo é que fui para os outros.

Fui e serei, cuidei, apaziguei.

Nas mãos nunca tive garras,

mas na alma não guardo toda a santidade.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 17/07/2012
Reeditado em 20/07/2012
Código do texto: T3783754