"SAIO DO DEVANEIO E CAPTURO A REALIDADE"
Saio do devaneio
e capturo a realidade;
nem minha valentia
me permite purgar
a memória do que, antes,
levou-me ao refúgio
do trágico das dores.
Não me busquem
entre os mortos.
Encontrem-me
entre as pedras soltas,
nos altos montes do horizonte
onde está o amanhecer.
Encontrem-me na renovação
de todos os caminhos.
E me acharão:
jovem,
manso,
terno, esperançoso,
livre da morte
em minha poesia.