" FAVAS DE INGÁS "
No Rio do Peixe bebi a minha sede, nos cochos de sal derricei a solidão dos pastos e comi a minha fome nas favas de ingás.
Fui a pique me esquecendo no vento em juventude. Assim me fiz
homem junto à sibipiruna que chora todo mes de maio. Nas matas nativas pulsei meu coração de ferro, empoçando-me atrás das capivaras. No meu peito respirei os mantras das possibilidades
genuínas e pensava que aquele era o paraiso.
Fui de pelego, esperançoso de encontrar onça pintada que pegadas já encontrara. A arueira franzina evitei na mata e ouvi saguís falando saguês. Então chegou o dia de ir embora, só não sabia que era para sempre. (05/o1/2011)