NÃO SEI SE CASO OU COMPRO UM VENTILADOR
Hoje em dia as dúvidas são cruéis.
As dívidas também.
Antes era bicicleta.
Mas o calor...
Agora as coisas tem que ser claras.
Deu desconto, compro, não deu, compro também.
Meu consumismo é algo anormal, nestes tempos de Dilma.
Tadinha da presidenta. Tudo é ela. Tudo é ela.
E ela mal sabe o preço do sabão em pó!
Não estamos mais em tempos de lavar
roupa suja. Agora só roupa limpa!
Mal ela sabe do preço da carne!
Já foi fraca um dia. Agora é cara.
Mal a presidenta sabe quanto custa
um quilo de picanha orgânica,
espasmódica, beligerante, fogosa,
anafilática, sublime, cheia de sustança...
sabe, presidenta?
Sabe não....mas é mais que dez litros
de gasolina batizada com solvente...
Daí a razão da minha dúvida cruel.
Não sei se caso ou se compro um ventilador.
Pelo menos, o ventilador vai trocar o ar.
Se eu casar, acho que prefiro a velha
bicicleta das estórias...
Virarei Robinho, de tanto pedalar.
Mas não mudarei meu endereço!