SE AS ESTRELAS FALASSEM ...
Se as Estrelas Falassem ... 001.963
A lua surgia. O sol se escondera.
Aos poucos, despontavam pequenas estrelas que, ao primeiro olhar, pareciam ser as filhas da Lua, minúsculas luazinhas.
A Lua, com seus raios prateados, semelhantes às lágrimas de uma flor ao desabrochar-se, pouco a pouco se tornava feliz, pois via nas estrelas um consolo assim que elas passassem a vigiar a Terra.
Talvez a Lua julgasse que, só, não poderia velar por nosso planeta, tornando-o claro e, por isso, punha-se a chorar, surgindo, às vezes, com a face toda negra de dor.
As luzes celestes, as meras estrelas, ao verem sua mãe naquele estado de lástima, dispunham-se a ajudá-la, emitindo também seu olhar vigilante.
Inúmeras pessoas, diante deste belo cerimomial que talvez seja de fato rotina, põem-se a perguntar:
- "O que poderiam nos narrar as estrelas se tivessem o dom da fala?"
Situando-me no lugar das estrelas pude descrever a parte inicial desta escrita. Entretanto isso só fiz de maneira supérflua, pintando-lhes apenas o nascer. Penetranto profundamente no assunto, se fosse estrela, o que não poderia lhes contar? Narraria tudo o que visse. Colocaria, todavia, uma cláusula. Esses fatos maléficos que diariamente ocorrem, e que todos os vêem superficialmente, observá-los-ia de forma acurada, tornando-me triste cada vez mais. Por tal é que as vezes surjo entristecida, como mamãe! O que acontece de bonito, se lhes fosse dizer, seria necessária uma infinidade de anos, porque o que posso ver, o que só daqui de cima tenho o direito de enxergar, é acima de tudo agradável ao paladar: pode-se beber desse fatos, como o nascer de uma rosa, o correr, o chorar do rio ...