Oxente
Saudade eu tenho é do linguajá
Lá das terras onde nasci
Valei-me meu pai eterno
Parece inté que eu murri
Mas to aqui vivinha
Um bocadinho diferente
Falo: Mas, o que é isso?
Ao invés de falar oxente
Mininu marrera bom
Era cumade e cumpade
Contando causo que só
E o tempo não fazia alarde
O café da minha maezinha
Aff, como cheirava
Eu ainda no ninho quentinho
Com esse cheiro acordava
Aquela ladeira vermelha
De onde admirada eu via
O vento espalhando a poeira
Fazendo cortinas no dia
O pé de umbu e suas flores
As gaiolas e alçapão
Aquele mundo cheio de cores
Inundando meu coração
Sob o belo sorriso do dia
As roseiras me perfumavam
Com a brisa eu me envolvia
E na ciranda, do vento eu girava