" MEMÓRIAS "
As mucamas da "Casa Grande"
velavam o meu sono,
como se cuidassem
de suas esperanças.
O calor de seus seios
lembravam frutos de estação.
Banhavam-me em águas tépidas
com vícios de ternura.
Usavam sabões que perfumavam
mesmo depois do inebriamento.
Andavam pelos coredores
e faziam-se invizíveis pelas sombras.
Só faziam alarido nas reuniões
das varandas da cozinha
entre bananas em amadurecimento
e papagaios,
Vestiam-me de histórias e ervas
difíceis de esquecer.
As mucamas da "Casa Grande"
foram os anjos sem asas da minha
meninice.