" INDIFERENÇA E SOLIDÃO "
O medo daquele tempo veio como silêncio, como indifereça
à solidão. E a poesia (veio) como expressão inaudível vestida
de piedade que atravessou e devastou sua razão.
Agora, se (se) quer olhar entre as ervas e descobrir o saber e
o compreender, sente-se a própria vida, imaginando-se um
espectador de nós mesmos e não os partícipes da existência que
recebe o alento de Deus.
Manter-se alerta dentro de si mesmo, resgatar a razão,
cultivar a sanidade, ouvir a piedade e compreender que as
coisas são como são e não basta a comoção nem a poesia.
(Uma reflexão sobre a poesia da italiana Alda Merini, perten_
cente ao "hermético" italiano. (Viveu vinte anos em Sanatórios,
provavemmente por excesso de consciência.)